Subjetivo — 1. que pertence ao sujeito pensante e a seu íntimo
Em 2008 eu estreava na página de autores do pequeno livro de fábulas do projeto literário da professora Marisa, foi na 4ª série. Era uma história sobre raposas e morangos e chega a ser engraçado eu ter escolhido esses dois sujeitos para o meu capítulo, naquela época morango e raposa a gente só via na TV. Eu perdi esse livreto na bagunça lá de casa.
No intervalo do colégio eu enchia meu celular de teclado gasto com notas e notas sobre a saudade que eu tinha, os lugares onde eu queria chegar, as pessoas que eu queria ser e os rapazes que eu não podia ter. Hormônio. Muito hormônio literário na infinitude dos quinze. E apesar de que naquela época eu fosse apaixonada pelas páginas que eu podia ler outros lugares, outras pessoas e sentidos, eu já preferia aquelas onde eu poderia dizer pra mim, falar só comigo, escrever o mundo de dentro e de fora.
Volto a achar graça porque nessa época eu me arriscava na poesia, sem sucesso. Um aparato de rimas que nunca fluía, estrofes de todos os tamanhos e a qualidade duvidosa de versos. Ainda bem que eu falhei tanto. Comecei nas crônicas e nos contos porque eu tinha pressa. Pressa de sentir, de chorar, de amar, de me arrepiar. Me encontrei no enredo perfeito que é falar do que se vive, escancarando as luzes e as sombras. Ainda bem que continuo falhando.
Essa é minha primeira publicação na Revista Subjetiva e vai ser diferente de todas as que eu pretendo escrever. Eu recebi a confirmação do corpo editorial da revista entrando no ônibus, após uma prova na faculdade que, junto com todas as lutas me fazem duvidar se eu poderia mesmo ter alguma chance de chegar onde eu quisesse, mesmo com um punhado de livros assinados com meu nome, visitando as pessoas ao redor do mundo.
Escrever sempre foi isso, minha forma de continuar andando. Esse é o mais novo passo que dou pra frente. Te agradeço por te encontrar nesse caminho.
